RIPOSATEVI

RIPOSATEVI
RIPOSATEVI

 

 

   “... eu organizo o movimento

        eu oriento o Carnaval

        eu inauguro o monumento

        no Planalto Central do país”

 

quando Caetano Veloso cantou esses versos na música Tropicália em 1968 a imagem do Brasil musical, colorido e criativo estava em formação.

na canção Caetano indiretamente faz menção a Lúcio Costa, o arquiteto que organizou o Carnaval de idéias, padrões e referências não genuínas do nosso país.

a inauguração de Brasília, com a inauguração do monumento no Planalto Central do país, faz voltar os olhos do mundo para o Brasil e mostra a capacidade, inteligência e força de execução dos brasileiros.

Lúcio projeta a capital e escreve um novo capítulo na história do modernismo mundial.

em 1964 o Brasil é convidado para uma das mais importantes exposições de arquitetura e design do planeta, a XIII Trienal de Milão, com o tema “o tempo livre”.

para criar e produzir o espaço Brasileiro, Lúcio Costa é convidado... missão aceita! contrariando todas as expectativas, quando todos esperavam um desdobramento da estética moderno e brasilense, ele surpreende e o arquiteto apresenta um Brasil original, essencial, formatando os conceitos iniciais do movimento do Tropicalismo.

RIPOSATEVI
RIPOSATEVI
RIPOSATEVI
RIPOSATEVI

o Pavilhão é chamado RIPOSATEVI, palavra em italiano que de maneira imperativa dá a ordem: descansem... relaxem...

Lúcio mergulha nas raízes brasileiras e encontra nas tradições populares e nos conhecimentos seculares dos índios a inspiração para criar um ambiente cheio de brasilidade: 14 redes, um móvel genuinamente brasileiro, grandes painéis de fotos com jangadas, praias, coqueiros e referências de Brasília como as superquadras, Plataforma da Rodoviária e a icônica foto das freiras na Praça dos Três Poderes brincando de roda no dia da inauguração da capital.

no teto um conjunto de faixas nas cores azul, branca e verde, além de trazer o nome do espaço ainda filtrava a luz, trazendo conforto e compondo a sensação de relaxamento.

para concluir a experiência visual e sensorial, Lúcio criou o formato de exposições interativas. violões espalhados pelo salão aproximaram os visitantes do momento de pausa dos brasileiros.

em um pavilhão despojado, de uma simplicidade inacreditável, Lúcio cumpriu com o tema proposto pela Trienal e com muita sensibilidade falou de nossa natureza e exaltou as culturas nativas e populares. convidou os passantes a se embalarem no modo genuinamente brasileiro de descansar, dormir, amar, brincar e se refrescar. transmitiu a sensação de repousar na sombra de um coqueiro à beira mar.

trouxe o ócio, a ideia de descanso, de relaxamento, materializou o tempo livre, mostrou que aqui em nosso país descansar indolentemente ou trabalhar freneticamente pode ser equivalente ao cotidiano de qualquer um.

deixa claro que o mesmo povo que aproveita o tempo livre, que descansa em uma rede, quando aperta, constrói em mil dias uma cidade: a capital que mudou a história do modernismo e revolucionou o modo de viver e de se relacionar com os seus espaços urbanos.

 

“ viva a bossa, sa, sa

viva a palhoça, ça, ça, ça, ça”

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